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Arte Naïf, expressão artística, retrato de um povo

Atualizado: 2 de dez. de 2018


Obra Adriano Dias
Foto Silvio Feitosa,

A arte é uma expressão humana modificadora da realidade com possibilidades de registro das manifestações, capacidade de marcar momentos e eternizar gerações. Varias expressões artísticas mereceram destaques ao longo da história, entre elas a Arte Naïf, que, no início do século XX, ficou muito conhecida na Europa e no mundo.

O termo Naïf, originou-se no final do século XIX, por ocasião de uma exposição de obras do artista Henri Rousseau, no Salon des Indépendants, em Paris. Evento, cujos trabalhos, chamaram a atenção de artistas como Odilon Redon, Paul Gauguin e Pablo Picasso. Os precursores dessa arte não pertenciam a nenhuma escola específica e trabalhavam sem filiação a nenhum sistema artístico definido na época.


A Arte Naïf como uma manifestação espontânea

A Arte Naïf se caracteriza pela espontaneidade, dotada de uma criação autêntica, intuitiva, onde os artistas apresentam seus universos particulares de forma direta e liberdade de traçado. Com o surgimento dessa nova arte, o grande problema era a dificuldade de encontrar um termo apropriado para designar o estilo da arte exibida. Nenhum termo era suficientemente descritivo. Um dos nomes mais utilizado era Arte Primitiva, embora suscitasse em um problema conceitual. Até o meado do século XIX o termo primitivo era empregado para designar artes anteriores ao Renascimento; na segunda metade do século, era empregado, também para diferenciar a sociedade europeia, da época, de culturas consideradas menos civilizadas ou para se referir às antigas culturas egípcias, persas, africanas, indianas e outras que se tornaram conhecidas por meio das exposições universais realizadas ao longo do século XIX.

Arte Naïf na Paraíba

A Arte Naïf no Estado da Paraíba tem se destacado por sua imediata comunicação da intenção poética, geralmente romântica e evocativa de ambientes e cenas de um passado cotidiano recente, além de produzir trabalhos de uma qualidade decorativa tranquila, capaz de acomodarem-se aos demais elementos das residências de todos os níveis sociais e gostos estéticos. Inúmeros artistas se iniciaram como Naïfs no Estado, graças ao aprendizado artesanal, assim como ao natural amadurecimento das formações artísticas e percepções estilísticas observada na região. Atuam como artífices conscientes e responsáveis, embora autodidatas, esses artistas conseguiram reconhecimentos internacionais.

“3 Naïfes”


O Sesc Cabo Branco apresenta a mostra “3 Naïfs”, com exposição de paraibanos que se utilizam dessa técnica, como recurso expressivo, na produção dos seus trabalhos, demonstrando a atualidade dessa concepção pictórica na construção visual de imagens. Os três artistas gozam de notoriedades conquistadas ao longo dos anos, no exercício de seus fazeres artísticos, são eles: Analice Uchôa, Adriano Dias e Geo. Suas paletas multicoloridas, essencialmente figurativas, contam a história do povo nordestino em seus mínimos detalhes. Eles se apropriam da vida simples, retratando o cotidiano ingênuo e as expressões folclóricas e religiosas para dar vida aos seus trabalhos.


Foto: Sílvio Feitosa - Obra de Analice Uchôa

Analice Uchôa é uma artista paraibana com produções desde a década de 1980. Seu trabalho partiu do artesanato chegando à pintura na década de 1990. A artista utiliza a vibração da vida em coletividade da cidade e do campo, com cores intensas, criando cenários com figuras delimitadas pela justaposição e ou sobreposição pictóricas. Sua paleta multicolorida retrata, em diversas esferas, o cotidiano, a religiosidade e a miscigenação cultural, que fazem parte da vida da artista.



Foto: Silvio Feitosa - trabalho: Adriano Dias

Adriano Dias é um artista Naïf que vem contribuído, sobremaneira, com sua arte e sua atuação, para o desenvolvimento e reconhecimento dessa técnica no Estado da Paraíba. Ele é o organizador do Festival Internacional da Arte Naïf de Guarabira (FIAN), e sua obra de cunho figurativo, também retrata a religiosidade e as festa populares, abordando temas da arte e do cotidiano urbano a partir do contexto da região do brejo paraibano.


Geo (Geolagens Oliveira) é uma das revelações da pintura Naïf paraibana, sua potente produção visual, remete aos bordados e as pinturas na abrangência da visualidade popular. As figuras humanas bebem na tradicional xilogravura e remetem às bonecas de pano, presentes no artesanato regional, reinventadas na forma e no conteúdo. As mulheres retratadas se apresentam emancipadas diante de seus afazeres domésticos e participação social. O artista apresenta seus trabalhos encobertos com estampas florais e ladeados por animais domésticos, tão comuns na região.



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