

Tão Bela dama, vida musical,
Lábios de festa, olhos de cristal,
Festejo de roça, de luz divinal,
Pífano da terra, com sons do astral,
Um sopro afinado, tal qual rouxinol,
Canto choroso, tinto do arrebol,
Desse nordeste, és mãe cultural.
Do pífano foste a rolinha
Fez a Loca o sobrenome
e pra não morrer de fome
Com matulão e farinha
Na estrada que caminha
Sem perder a ilusão
A vida arrancou do chão
Veio de Buíque a monteiro
Varre o chão, limpa o terreiro
Constrói loca, no Tungão.
O sabiá na leveza,
Com olhos d’água marinha,
Do pífano és a rainha,
Comandando a realeza,
Sons de extrema beleza,
Compunha o seu cenário,
Tocando tal qual canário,
Que seu gorjeio provoca,
Assim é Zabé da Loca,
Completando um centenário.
Sílvio Feiosa
12/01/24
João Pessoa PB
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