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Clóvis Júnior exibindo uma nova paleta de cores e tons


Foto: Silvio Feitosa

Em toda sociedade a abertura de um salão de arte é um acontecimento público que merece a atenção da população; por ser uma manifestação da cultura e exaltação dos saberes cognitivos desse povo ou, algo que venha a agregar aos conhecimentos já estabelecidos, propondo melhorias ao conhecimento coletivo.

A abertura da exposição individual do artista Clóvis Júnior, bem como o lançamento de seu livro mereceu destaque na noite dessa quinta-feira (06). A amostra foi aberta no salão de exposição do Sesc Cabo Branco e contou com a participação de artistas, críticos, colecionadores e amantes das artes.


Novos tons do artista



O artista apresenta trabalhos de sua nova fase, utilizando paleta de cores em tons terrosos que vão dos marrons aos amarelos, rosas e azuis, sem fugir de seu traçado marcante e uma textura plana, dando pouca ou nenhuma importância ao relevo e a perspectiva. Segundo o artista, trata-se de uma força expressiva conseguida ao longo de 35 anos de dedicação, bebendo diretamente na cultura popular brasileira, valorizando o folclore e a religiosidade, tão latente no povo nordestino. “Um povo sem cultura é um povo sem alma, sem vida, sem identidade, então, cada vez mais, temos que ocupar nossos espaços e divulgar nossa cultura e nossa arte” disse Clovis Junior, emocionado.


Perceber a importância da cultura local é uma marca do artista. A sua iconografia é recheada de símbolos tropicais e personalidades do mundo interiorano. O artista atribui o seu repertório à sua vivência de criança no interior. “Isso vem de uma lembrança de quando eu era criança, na cidade de Guarabira, ficou tudo registrado em minha mente e marcou a minha vida. Eu tento resgatar o homem, colocando-o olhando de volta para a natureza, percebendo sua casa maior, que é o planeta terra, tão maltratada ao longo dos anos por todos nós. É uma forma de resgate, fazendo-o perceber que, à sua volta, tem muito mais coisas, além do próprio ser humano, que são a nossa flora, nossa fauna e nossa cultura, tão rica e que deve ser preservada todos os dias. A arte tem o poder de fazer o homem olhar ao seu redor,” revelou o artista.


Clóvis tem uma marca consolidada no mundo das artes visuais. Trabalha com pintura, escultura e gravura, realizou sua primeira exposição 1983, na biblioteca a central da UFPB. Em 1985 ingressou no curso de Educação Artística, nessa mesma universidade, onde frequentou oficinas de gravuras em metal com Hemano José. A partir daí, se espalhou pelo mundo expondo no Brasil e no exterior.


Homenagens


Ivan Correia, colecionador de artes, fala da qualidade do trabalho do artista e exalta o reconhecimento internacional, conseguido por mérito próprio. “Quem pode acompanhar o crescimento do trabalho de Clóvis Dias Júnior, vindo de duas exposições no exterior, só esse ano, pode perceber um traço cada vez mais firme. Estamos conhecendo, hoje, um novo Clóvis, explorando os tons marrons. Sabemos de sua relevância com os tons coloridos e vibrantes, com o seu naïf marcante e toda a sua infantilidade, mas hoje estamos vendo-o brigando com a geração dos azuis, que gostamos muitos,” discursou o admirador, aplaudindo o artista.


O evento foi prestigiado por nomes das artes paraibanas. O crítico e colecionador de artes Eudes Rocha, comentou a nova paleta de Clóvis, chamando a atenção para o desenho que continua fiel ao traço marcante de seu trabalho. “o artista, provisoriamente, deixa de lado os tons exuberantes do azul, do amarelo, do vermelho e do verde para embarcar em tons terrosos próximos do sépia, do castanho, do rosa, do roxo e do marrom. A caligrafia continua a mesma e as ilustrações também, mas essa experiência com tons mais baixos e frios foi a novidade”, escreveu Eudes em sua página no facebook.


Arte homenageando a arte




A exposição contou, também, com um recital de poesia cordelista, do eminente autor e criador das artes visuais,

. A audiência aplaudiu a apresentação, que trouxe, em prosa e verso, a vida de Clóvis, retratando sua trajetória nas artes visuais.


A instituição


Mônica Barros, diretora do Sesc, falou em nome da instituição e do presidente Marcone Medeiros, ausente, por questão de saúde. “Parabenizo Clóvis Júnior por tudo o que já foi mencionado no dia de hoje, por sua carreira brilhante. Momentos como esses, são momentos de grande lisonja para nossa casa. Receber esses brilhantes, que existem na Paraíba, favorecem, sobremaneira, tudo que fazemos, tudo aquilo que é sentido para a cultura do Sesc. Só através de vocês, que vem à todas as nossas unidades, é que esses ambientes são encantados. Preenchidos com artistas que fazem da prosa e do versos, com explicação nas telas, nas músicas, nos instrumentos, nos livros , em todos os gêneros das artes que favorecem a cultura do nosso Estado. O Sesc sente-se lisonjeado por todos vocês”, discursou a diretora. Mônica conclamou a todos, para que, nesse natal, sejamos presentes, a exemplo de Clóvis, que presenteia a todos com o seu trabalho, sejamos todos presentes com a nossa arte, não só dando presentes, mas que sendo presentes efetivamente.


Ao final, O artista agradeceu a todos os presentes, teceu um breve comentário sobre a sua nova fase e presenteou a todos com um belíssimo livro ilustrado com a suas obras, convidando a todos para um farto coquetel.




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