No Papel, Minhas Emoções
- Sílvio Feitosa
- 26 de mar.
- 2 min de leitura


A exposição No Papel, Minhas Emoções é um convite à adentrar no universo íntimo e profundo da psique humana, traduzido através da pintura sobre papel. Com obras que se debruçam sobre as emoções, cada traço, cada cor e cada gesto revela um pedaço do sofrimento e da busca pela resiliência que permeiam o cotidiano de nossa existência. As figuras humanas encarnam sentimentos universais que nos conectam a um passado marcado por perdas, decepções e o peso de uma história carregada de mentiras e falsas promessas.

A dança, uma das primeiras formas de expressão da alma, surge em alguns desenhos como uma celebração da liberdade e do movimento, mas também como um reflexo da luta interna por equilíbrio e superação. Em contraste, a solidão e o desprezo ganham forma em cenas de abandono e isolamento, onde a fragilidade humana se expõe sem vergonha, em sua busca por compreensão e acolhimento.
Por outro lado, as representações das perdas em guerras e atentados mostram o impacto profundo da violência na alma humana, não apenas no corpo. O sofrimento que marca a memória coletiva é aqui materializado em corpos fragmentados, olhares vazios, e a impotência diante da brutalidade do mundo. Já as decepções com as mentiras, que perduram por milênios, ecoam nas imagens de rostos distorcidos pela desconfiança e pela dor de perceber que a verdade foi sacrificada em nome do poder, da manipulação e da desinformação.

No entanto, não há total desespero nas obras. Há, ao contrário, um grito silencioso por resiliência, pela capacidade de, mesmo diante de tudo, continuar. O sofrimento não é visto como um fim, mas como um processo de resistência e transformação. As emoções, quando direcionadas com coragem, podem se tornar uma força para a reinvenção do ser, para a criação de novas formas de existência, mais conscientes e, talvez, mais justas.
Através dessa coleção de pinturas sobre papel, somos convidados a refletir sobre o que é ser humano, sobre as nossas dores e angústias, mas também sobre a nossa capacidade infinita de resistir, de buscar a cura e de encontrar o significado mesmo nas horas mais sombrias. No Papel, Minhas Emoções não é apenas uma exposição, é um testemunho visual das complexidades da condição humana e de sua eterna busca por esperança.
Sílvio Feitosa
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