Exposição Sororidade,
Celeiro Espaço Criativo
Coletivo feminino de artes Naïf

O protagonismo feminino na arte Naif foi a tônica da exposição “Sororidade”, aberta nesta terça-feira (07), no Celeiro Espaço Criativo em João Pessoa (PB). O Coletivo Feminino de Artes Naïf, recém-criado, é formado por nove artistas militantes nessa técnica artística, tão peculiar em nosso Estado. Analice Uchoa, Ana Lima, Célia Gondim, Lu Maia, Letícia Lucena, Patrícia Lucena, Manu da Paz, Laucilene Rocha e Val Margarida são as protagonistas dessa mostra. A justa homenagem prestada as cinco outras grandes mulheres que dignificaram as artes visuais na Paraíba, veio coincidindo, propositalmente, com o Dia Internacional da Mulher, dia de luta em favor da igualdade de oportunidades e direitos entre os gêneros, em todo o mundo.

O grupo “coletivo Feminino das Artes Naïf” é formado por uma diversidade de mulheres que atuam em vários campos de nossa sociedade. São mulheres homenageando outras mulheres. Estamos unidas para valorização das mulheres. Disse Célia Gondim, uma das artistas expositora. Manu da Paz, a mais jovem integrante do grupo ressalta que todas as coisas também são coisas de mulheres. A mulher é para tudo no mundo, disse. A jovem artista critica a supervalorização do nu feminino pela sociedade machista, evidenciando que a mulher não é só isso, e que, os autistas, como ela própria, podem fazer o que quiser.

O tema "Sororidade” é uma concepção ideal e atitudinal de irmandade feminina vinculada aos feminismos contemporâneos. Ela reorienta a percepção e atitude de uma mulher perante outra por meio da simpatia, acolhida e colaboração que abarcam desde situações simples do dia a dia até projetos sistemáticos de apoio mútuo entre mulheres.
A fluidez com que as novas tecnologias permitem a troca e disseminação de ideias é um dos fatores responsáveis pelo alcance que os feminismos e a sororidade têm gradativamente alcançado ao longo dos últimos anos, ao ponto dessa palavra nova ser incorporada aos dicionários e ao cotidiano de muitas mulheres." Fonte: Brasil Escola.
A mostra homenageia cinco grades mulheres das artes Naïf que já não se encontram, materialmente, entre nós, mas mantém-se vivas em suas criações e ideias artísticas. São elas:

Alba Cavalcanti: Natural de Itabaiana, interior da Paraíba (1941), A garota ficou órfã de pai e mãe, ainda acriança. Alba é irmã do artista das artes visuais Otto Cavalcanti e Janete Cavalcanti. A menina foi ciada por sua irmã mais velha, Janete. Ainda garota, estudou no internado Sagrada Família na cidade do Recife (PE), vindo depois a residir na Capital Paraibana por alguns anos, como funcionária pública. Viveu e trabalhou no Rio de Janeiro desde 1965. Alba era uma artista autodidata, gostava de costurar e construía os próprios modelos para suas clientes. Em 1984 descobriu seu gosto pela pintura, utilizando a técnica de pintura com cinzas contornadas com carvão de pedra sobre papel. Desenvolveu, também, técnica com pastel seco colorido e tinta acrílica sobre tela.

Dalva (Dona Dalva): Nascida Maria Dalva de Oliveira Nascimento, em João pessoa (1920 – 2005), Dona Dalva era autodidata e realizou exposições na Galeria Gamela em João Pessoa (PB), Galeria ArteNossa na cidade de Areia (PB), Museu de Arte Primitiva, Assis (SP), além da Galeria Brasileira na capital Paulista. Sua obra transmite o que Hermano José, grande artista e patrono das artes paraibanas, chamou de “despojamento de espírito”, a modesta dessa artista Naïf que, octogenária, ainda produzia obras nas quais retratava um mundo da fantasia cheia de mágicos, trapezistas e palhaçadas.

Irene Silva Medeiros, (1915 – 1994): Natural de Alagoa Grande, interior da Paraíba, teve sua obra caracteriza pelos temas regionais, representados com elegância e ingenuidade. A artista foi funcionárias dos Correios, em campina Grande (PB), e, após sua aposentadoria, iniciou sua carreira como artista, teve trabalhos expostos em Campina Grande e João Pessoa. Em 1986 foi selecionada pelo SESC Piracicaba (SP), abrindo portas para exposições, tais como, museu de artes primitiva de Assis (SP) e na galeria da biblioteca Câmara Cascudo, em Natal (RN). A galeria Irene Medeiros mantém acervo da artista na cidade de Campina Grande PB.

Isa Galindo: Natural da cidade de Caruaru, interior de Pernambuco (09/06/29), veio para João Pessoa em 1961, onde fixou residência, desde a infância a menina despertou para as artes, na época de colégio, durante o ensino fundamental, criava suas paisagens, flores e desenhava e pintava à lápis de cores. Na fase adulta, Isa passou a se dedicar a pintura. Em 1971, cursou pintura em porcelanato e, no ano seguinte, fez um ligeiro curso onde aprendeu a utilizar o óleo sobre tela e traçar fisionomias. De 1978 a 1982, aventurou-se em vários estilos. Atraída pelo folclore e pelos costumes nordestinos, seguiu o estilo Naïf, estilo que a consagrou como pintora. Isa foi a homenageada no XI Salão de novos artista do SESC Paraíba.

Marby: natural de Guarabira (PB) (1972 – 2021), iniciou-se na pintura como autodidata em 2008, retratando cenas do cotidiano. Em João Pessoa, participou de exposições coletivas no SESC e na Galeria Gamela. Teve trabalhos expostos na ExpoSesc 2017 e foi classificada para participar da Bienal Naïf do Brasil em Piracicaba (SP). As obras da artista integram o museu de Artes Naïf de Guarabira, onde participou de exposições em 2018 e 2019. Após sua morte, prematura, a artista foi homenageada no Festival Internacional de Artes Naïf em 2022.
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