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JOSÉ PAGANO: FLORES PÓSTUMAS


O Museu Casa de Cultura Hermano José (MCCHJ) apresenta a exposição de pintura: “Flores Póstumas” do Artista Plástico e professor de artes José Pagano.


SOBRE A APRESENTAÇÃO DO ARTISTA

josé Pagano nasceu em 1966 em João Pessoa-PB. Seus pais Orlando Pagano (gráfico Jornal A União, na paraíba) natural da cidade de Areias-PB e sua mãe Severina dos Santos Pagano (Costureira) natural de Alagoa Grande-PB. O nome “pagano” é do avô paterno Thomaz Pagano, italiano da região da Calábria imigrante chegou ao Brasil se estabeleceu na cidade de Areias motivado pela problemática da primeira e segunda guerra mundial, que abalou toda Europa. Em 1988. José Pagano ingressou na Universidade Federal da Paraíba-UFPB no curso de educação artística.


Em 1981 colaborou com ilustrações (nanquim, bico de pena e guache) de contos e poesias para o Jornal Oficina Literária (editor Arcela) localizado na antiga Escola Thomaz Mindelo, no centro. Neste ambiente cultural conheceu o grupo Jaguaribe Carne. Onde José Pagano participou de várias performances e intervenções poéticas no Ponto de Cem Réis (sábado pela manhã), e outras localidades no centro de João Pessoa-PB. Conheceu artistas como Fred Svendsen, Bráulio Tavares, Jairo Mozart, Chico lino, Juca Pontes, Pedro Osmar, Paulo Ró, Josildo Dias, Felix di Láscio, Orranês Padilha, Liss Albuquerque, Tom Paiva, Mirabeau Menezes entre outros. O convívio dos artistas eram muito pujantes face a dinâmica cultural daquele contexto social. Pois ainda se vivia o período militar de censura e as benesses do milagre econômico brasileiro.



Em 1983, Pagano conheceu o artista Hermano José na AAPP-PB – Associação dos Artistas Plásticos Profissionais da Paraíba (presidenta Marlene Almeida), onde o mesmo era membro efetivo. No decorrer da formação acadêmica teve como professores Hermano José, Gabriel Bechara, Jomar Muniz de Brito, Lívia Marques, Vania Perazzo, Celene Sitônio, Silvano Bezerra, Silvino Espínola, Terezinha Fialho, Carlos Galvão, Ednaldo do Egypto, João de Lima. Participou de vários curso e palestras com as professoras arte educadoras Fayga Ostrower, Ana Mae Barbosa e o educador Paulo Freire, que contribuiu com Pagano de forma significativa na formação e experiência no seu exercício docente. O artista atuou em várias exposições individuais e coletivas no brasil e exterior. Ganhou vários prêmios de pintura e desenho. Possui acervo em museus e coleções particulares. Em 1983, ganhou seu primeiro prêmio de pintura com a obra “Paisagem Inacabada” (adquirida pelo deputado Odilon Ribeiro) Tendo como crítico de arte o professor e filosofo Ivanildo Brito e o artista e professor Hermano José. A descrita obra recebeu o primeiro lugar no Salão de Arte – Cabo Branco – Orla Marítima, galeria Gamela, JP-PB. Em 1984 foi premiado no primeiro Salão de Arte I SAMAP em JP-PB, prêmio de melhor desenho. Entre mais edições do salão, como prêmio especial de pintura. Em 1984 foi selecionado para o XII Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco. Importante Salão de alta concorrência e referência cultural no Brasil. Jose Pagano expos as três obras intituladas: “Estandarte do Concreto”, em técnica mista inspiradas na estética neoconcreta, o que provocou uma originalidade expressiva e aceita pela crítica da arte. Em 1985, Pagano idealizou na biblioteca central UFPB, campus I - sua exposição individual intitulada “Até quando?”. Apresentava nas técnicas de pastel, cera e acrílico sobre papel Canson Debret e Papelão. Neste período desenvolvia fase figurativa com características expressionista de dinâmico grafismo na temática social das crianças oprimidas marginalizadas (cheira-cola) que habitavam o centro da cidade João Pessoa. Outro tema vigente do artista é a questão ecológica. Em 1987, Pagano foi idealizador da primeira Mostra de Ecológica da Paraíba, atuando como coordenador e expositor, entre artistas relevantes paraibanos. Exposição no Mezanino do Espaço Cultural-JP-PB. Em 1988 ganha concurso SESC-JP-PB de poesia prêmio de Mensão Honrosa, como o poema intitulado: Terra, Terra. Tendoo poeta e crítico literário Políbio Alves.


Em 1987 durante o percurso acadêmico, Pagano contribuiu com a Pinacoteca da UFPB - Campus I. Ao lado do professor Hermano José, o então, presidente da pinacoteca. Participou da primeira exposição inaugural da Pinacoteca. Tornando-se posteriormente bolsista da referida instituição. Trabalhou em montagem de exposições, divulgação, pinturas de painéis e registros fotográficos e vídeos, através do NUDOC - Núcleo de Documentação Cinematográfica da UFPB, ao lado do professor João de Lima. No ano de 1990, Pagano inaugurou na Pinacoteca sua nova exposição individual: “CURTO-CIRCUITO”, que abordava a relação entre tecnologia e ecologia apontando para uma relação harmônica. Nas técnicas em Acrílico e óleo sobre tela. Os elementos formais da série pictórica eram inspirados num ferro de engomar simbolizando poeticamente o tempo, velocidade, tecnologia e seus impactos sociais no meio ambiente. Esta série resultou em premiações como o primeiro lugar no concurso da capa da lista Listel –Telefônica da Paraíba, e todas pinturas foram vendidas. Lecionou curso de Pintura no NAC – Núcleo de Arte Contemporânea e SESC-JP-PB. Que também realizou exposições individuais e coletivas nas citadas instituições. Como professor desenvolve atividades de desenho, pinturas com crianças, adolescentes e na modalidade de educação de jovens e adultos.


SOBRE A EXPOSIÇÃO DAS OBRAS

A mostra intitulada “Flores Póstumas” é um convite que destina a uma reflexão de um lugar real sobre a efemeridade, o vazio e o concreto. O vazio condenado a ser eternamente vazio, nunca poderá ser preenchido. É uma metáfora das nossas perdas insubstituíveis.

As belas flores são formas simbólicas de amor, dor, ternura, amizade, concretude e efemeridade porque elas passam. A flor da orquídea demora pra nascer e rápido à perecer. Qual é o meu vazio? O que eu não posso resgatar mim?

As pinturas em técnica de acrílico sobre telas são expressões muitas das vezes de alegrias, tristezas e incertezas. As cores são alegres, ritmos dinâmicos e impactantes. As crianças adoram ver pela vibração que causa nos olhos. Deixe a criança que se encontra dentro de você tomar seu corpo e se deleite na apreciação fruidora de emoção. Faça parte da obra.


SOBRE HERMANO JOSÉ


Foto: Sílvio Feitosa

Eu José Pagano fui Lançado nas artes por Hermano José. Ele acreditou em mim. No ano de 1984, na Revista Literária (editor Juca Pontes) Hermano escreveu sobre meu trabalho: “Pagano. Iniciando-se no mágico universo das artes. ...Sombrias metamorfoses elaboram equivocadas formas de símbolos desconhecidos. E, em contidos ritmos se equilibram. ...Não tentaria decifrar sua linguagem. Pois que a arte que ilumina suas cores se expressa por invisíveis sentimentos. Bastaria contemplá-la e deixar que a ilusão percorra seus caminhos.”

No ano 1990 sobre minha exposição individual na Pinacoteca. Hermano escreveu no catálogo: “...A arte de Pagano é seu diário com o mundo. Em surpreendentes metamorfoses vai ele fixando os elementos que estruturam esses fantástico planeta. Basta-lhe a primitiva expressão plástica do grafismo. Através da superposição gestual de traços em cores contrastantes, sutis variações tonais, nos indica o percurso onde transitam livres as exacerbadas vibrações de sua paixão, nos envolvendo em dramáticas atmosferas. Conclui-se o ritual da livre troca de sentimentos que definem a presença mágica da vida. O artista e sua arte impregnados das tramas que sustentam o mundo, nos revelam desconhecidos caminhos do existir.”

No ano 1997 também escreveu no catálogo da exposição individual Museu de Arte Assis Chateaubriand - Campina Grande PB: “...Para registrar sua inquieta visão diante do mundo, o artista José Pagano ainda usa os tradicionais meios usados nas artes plásticas, a bidimensionalidade das telas. Basta o espaço branco de uma superfície, e logo suas emoções se expandem orientadas apenas pelas vibrações que permaneciam contidas nos limites dos seus dias. Através de ritmo e cores que se opõem e se completam, o artista Pagano, um singular da geração de 80 das artes plásticas paraibana. Traça seu retrato.

Alguns momentos memoráveis no centro da cidade de João Pessoa, no café São Braz. Eu e Hermano em reflexão ou divagação literária.

“São dezoito horas, o sol finda no crepúsculo vermelho nebuloso, no ponto de Cem Réis, luzes glorificadas preparando-se para um novo dia. Eu José Pagano no encontro com meu mestre da pintura, indago: _ Teria o homem criado a arte para quê? Esta é a pergunta eterna, e eu estou farto de ouvir isto. A vida não muda, nós mudamos. _ Saber viver sempre, é preciso. Replicou Hermano José.

Um dia escrevi para Hermano José falando sobre sua arte, e em especial a pintura “o Cabo Branco”. “...Assim vejo Hermano e arte que lhe faz viver. Assim como a arte é sentimento, o tempo, a música, a pintura em busca da perfeição. A morte é o mistério que cria e consagra a arte diante de nossa efemeridade. ... E no olhar do nascer do sol do horizonte bem à tua direita entre as águas do mar repousa majestoso e solene o Cabo Branco com suas escarpas úmidas de esperanças representado por tua sensibilidade com pinceladas de cores plurais num instante de paz...”

Nestes instantes escrevo como uma continuidade do nosso diálogo, entre eu e Hermano, desde os últimos momentos que lhe foi concebido a caminhar à outra vida. Quem sabe talvez cristalizada na falésia do Cabo Branco.

Resguardo-me ao desejo de pintarmos juntos como outrora. Resguardo-me às lembranças de um dia no Ponto de Cem Réis. De um outro dia no Rio de Janeiro caminhávamos da Cinelândia ao Catete, dos museus às igrejas, nos cafés, nos papos filosófico que a vida levou.

Meu mestre Hermano Jose.

Do seu discípulo Gratidão,

JOSÉ PAGANO. 2023



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