top of page

Instale-se 2019 - chamado para dar voz à criatividade

Atualizado: 1 de mai. de 2020



Um chamado para dar voz à criatividade. A ocupação de um espaço público onde o artista clama com a sua arte em um grito pela responsabilidade social. Assim foi aberta oficialmente a exposição Instale-se 2019, na Estação das Artes, complexo da Estação Ciência Cultura e Arte de João Pessoa.


Foto: Sílvio Feitosa

Um labirinto de obras, valendo-se de múltiplos materiais, técnicas e suportes diferentes, onde artistas se expressam, cada um ao seu modo, para chamar a atenção do espectador para o seu trabalho e suas vivências.






a artista e a paisagem


Nesta fase do Instale-se, que vai até o mês de dezembro, a artista Cristina Strapação ousou em trazer até o cheiro de maresia para o salão, enchendo os olhos com as belezas marinhas e mostras dos sedimentos, conchas e apetrechos, tão bem retratadas em sua obra. Mas, também, bradou a sua indignação ao trazer o lixo, descaso da ocupação humana. Na ânsia de se livrar dos resíduos do seu consumismo desenfreado, o homem os descarta irresponsavelmente, “lá Fora”, como se existisse fora dentro de nosso planeta. Essa imundice acaba por poluir o habitat “alheio”, causando morte e sujeira. Não sabe ele que, com isso, está cavando sua própria sepultura, sitiada em um lixão de sua própria irresponsabilidade social.


A noiva

O manifesto dos direitos humanos, expressado no trabalho fotográfico do artista Diniz, Hélio Diniz de Araújo, permite-se sair do convencional da fotografia para trazer o cotidiano e expressar a sua crítica, mostrando à sociedade o que se oculta no dia a dia de um ser humano no universo trans.


Em seu texto de apresentação, o artista afirma que a linguagem, muito particular, exigiu que o fotógrafo e o modelo se despissem de suas pretensões e comparações técnicas e artísticas. “A noiva. A noiva que o um noivo ou, um noivo que é a noiva, isso não importa”, escreveu o artista. “A arte não tem gênero, os seres não tem gênero, os seres são artes sagradas,” complementou.


Operários



Gunga Rodrigues recria a obra “Operários” de Tarsila do Amaral (1933), para falar sobre a grande fábrica que se tornou o Governo brasileiro, principalmente o Ministério da Agricultura que, na ânsia de gerar recursos e aumentar a produção, deixa de lado regras sustentáveis e ecológicas, fazendo uso de práticas danosas aos ecossistemas, promovendo a liberação indiscriminadas de agrotóxicos, muitos deles já banidos em outras sociedades. O trabalho interativo envolve os participantes que se predispõem a pousarem com máscaras em uma atitude, inocente, de proteção à saúde. O trato da coisa pública como se fora privada, perdendo a sua condição de servir a população para gerar lucros, cada vez maiores, torna o governo mesquinho e oportunista, se apropriando do patrimônio público, colocando-o a serviço das elites, concentrando cada vez mais a renda da nação.


Visite o Instale-se


Visitar o Instale-se é beber na fonte de conhecimentos e perceber as inquietações reverberadas pelos artistas, é perceber quão grande é nossa cultura, que riqueza existe nas vozes que se levantam para expressar as angústias, que não são só particulares, mas, coletivas. O horário de visitação é de terça à sexta, das 9h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.







74 visualizações3 comentários

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page