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preconceito

Atualizado: 1 de mai. de 2020


Onde guardamos os nossos preconceitos?


Preconceito, tema que permeia toda discussão que envolve a vida em sociedade. A história da humanidade está impregnada de relatos onde essa atitude gera a dor e exclusão social. Esse é o tema da exposição idealizada pela Associação de Artistas Plásticos da Paraíba (Associart PB), em cartaz de 01 a 30 de novembro, no salão Lynaldo Cavalcanti, no Centro Cultural Ariano Suassuna em João Pessoa PB.



Segundo o dicionário Aurélio: Por preconceito entende-se "o conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; julgamento ou opinião formada sem levar em conta os fatos que o contestam".


A mostra tem curadoria de Ilson Moraes. Na apresentação ele expressa a dificuldade em escrever em poucas linhas sobre o tema, na tentativa de atingir o coração do leitor, tamanha a complexidade do assunto, pois o mesmo trata-se de um juízo de valor sem lógica ou razão objetiva. Um conceito previamente concebido geralmente atribuído a outro ou a um grupo de pessoas. Ilson chama o espectador para sentir e tirar as suas conclusões sobre o temas, analisando os trabalhos das artistas Ana Lucia Pinto, Ana Viana, Célia Gondim, Célia Romeiro, Evanice Santos, Fernanda Rolim, Marletti Assis e Nadja Anjos.



Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.

- Albert Einstein


Filhos da Terra - Ana Viana
Filhos da Terra - Ana Viana

Em entrevista o curador falou das obras e de como o tema foi trabalhado pelas artistas. Elas trataram preconceitos, tais como: religiosos, gordofobia, raciais, contra a mulher, dentre outros de forma competente. Ilson reconhece o quão complexo é falar sobre esse tema, tão poderoso maleficamente, e acredita que as artistas conseguiram entender muito bem a proposta. ”A exposição está muito forte, elas souberam captar muito bem e de forma madura, a força do tema. A exposição tem maturidade, tem forma e reverbera esse sentimento implícito na sociedade,” declarou o tutor.


Fotografia Silvio Feitosa
Preconceito Religioso - Marletti Assis

Perguntado se há, nos trabalhos, alguma abordagem de preconceitos novos aplicados na sociedade moderna, o curador expressou a opinião de que, o preconceito nunca foi novo, ele é antigo e vem desde época primordiais, dos tempos em que os homens viviam em cavernas. Ressalta que: “sendo conceito preconcebido sobre algo ou alguém, ele não é novo, o caso e que ele se revela em determinada situação, onde o ser humano, com a sua incapacidade de reconhecer a diferença do outro, vai projetar o que tem de pior em si. O preconceito simplesmente aflora em determinadas situações. Ele está dentro de todos nós; só que, quando nos referimos a ele, sempre dizemos que o preconceito está no outro, nós nunca nos aceitamos como preconceituosos,” disse o curador. “Essa exposição traz isso de bom; ela nos faz reconhecer onde estão nossos preconceitos. Com o falar de uma diversidade, de uma pluralidade de preconceitos nós percebemos isso, há em algum desses quadros o meu preconceito, o teu preconceito, não só o preconceito de uma sociedade,” Acrescentou.


O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão.

- Machado de Assis


Foto: Silvio Feitosa
Diferença - Nadja Anjos

Questionado sobre a base do preconceito, Ilson declara que: “no momento em que tu extrapolas o limite entre você e o outro, isso é preconceito, no momento em que você não reconhece a diferença do outro, o diferente, isso é preconceito. Para que não ocorra, é preciso uma educação do sentimento, uma reeducação dos afetos. O preconceito parte de uma falta de percepção para com o outro, uma falta de recolhimento das fragilidades alheias,” afirma.



A apresentação está inserida dentro do programa Sarau, Poemas e Cantos da Cidade, promovido pelo Centro Cultural Ariano Suassuna, Academia de Cordel do Vale da Paraíba e do Tribunal de Contas do Estado. Dentro da programação, houve várias homenagens, tais como: A entrega de diploma à pessoas que se destacaram na promoção das artes no Estado. Entre eles, Tito Lobo (Artista Plástico), Roseli Garcia (Curadora), José Mota Victor (historiador), Jamarri Nogueira (jornalista). Na ocasião o poeta Sander Lee, presenteou o público com uma apresentação musical. A artista Claudete Gomes apresentou a performance intitulada, “Acorda Maria bonita”, um trabalho abordando os vários abusos empregados contra as mulheres.


Houve também o lançamento dos cordéis, “O cidadão das acácias”, do cordelista Marconi Araújo e do livro “Cordel Brasileiro”, de Bento Júnior. Foram apresentados os livros: “A raposa e o carneiro – Uma história deferente”, da autora Letícia Xavier – 11 anos; “Feitos Paralímpicos”, do autor Sérgio Montenegro; “Infinito amor”, da autora Fátima Farias; “Esta chama não se apaga”, de João Teotônio de Carvalho; “Eu, com minhas armas”, de Edvaldo Nunes; “A ilusória geometria da insanidade”, de Acilino Madeira. Na sequência foi apresentado o vídeo: “Vídeo de literatura e conciliação, com os poetas Sander Brown e Marconi Araújo; além da apresentação do programa de estudos e pesquisa “Armoria Ariano Suassuna” (Suelma Morais).


Foto: Silvio Feitosa
Feminicídio - Evanice Santos

A cultura paraibana prescinde de ações dessa natureza, colocando para o público o que há de melhor na arte paraibana, além de reconhecer os talentos e os trabalhos desenvolvidos em prol da cultura local.



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